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Elfyn Evans / Martin Scott vencem o Vodafone Rally de Portugal 2021

4ª Vitória de Evans no WRC em prova dura para a Hyundai

Elfyn Evans e Scott Martin, em Toyota Yaris WRC, foram os melhores na edição de 2021 da prova do Automóvel Club de Portugal pontuável para o Campeonato do Mundo de Ralis (WRC). Foi o piloto galês quem mais capitalizou no erro de Thierry Neuville/Martin Wydaeghe, quando lideravam na penúltima especial da primeira etapa; e no problema técnico de Ott Tänak/Martin Järveoja (também na penúltima PE, mas da etapa intermédia), que forçaram ambos os pilotos da Hyundai à desistência.

Uma corrida consistente de Evans que, se beneficiou realmente destes erros e azares, fez também uma prova isenta de percalços e muito rápida, para conquistar a quarta vitória da carreira no «Mundial» e deixar a promessa de que, aos 32 anos, se vai ainda certamente poder contar com ele para futuras contas de títulos.
Deixou outra prova do seu valor quando, pressionado pelo mais experiente Dani Sordo, no Hyundai restante, lhe deu o «golpe de misericórdia» logo no troço de abertura de domingo. Evans dobrou praticamente a vantagem sobre o espanhol, de 10,7s para 20,3s, fazendo desde logo uma «declaração» relativamente às contas da vitória na prova.
Este triunfo foi ainda uma espécie de redenção relativamente à anterior prova do WRC, o Rali da Croácia, em que um erro na última curva da prova o fez desperdiçar os 3,9 segundos de vantagem que detinha sobre Ogier, para perder a prova para o francês por uns incríveis quatro décimos.

Sordo salva a honra da Hyundai

E o Vodafone Rally de Portugal 2021 só não constituiu maior desilusão para a Hyundai, porque o segundo lugar de Dani Sordo ajudou a limitar o dano para as cores coreanas. O espanhol, que estreou a navegador no WRC o compatriota Borja Rozada, guiou o único Hyundai i20 WRC fora das regras do Super Rally no último dia.
Podia mesmo ter aspirado à vitória, mas dois erros condicionaram o seu resultado. O primeiro, na etapa inaugural, quando depois de uma entrada à campeão, que lhe permitiu liderar a prova desde a segunda especial e ser consistentemente o mais rápido na estrada, deixou o carro ir abaixo e demorou demasiado tempo a voltar a ligá-lo. Perdeu cerca de 13 segundos para Tänak, o então novo líder, e caiu para o terceiro lugar, a 3 s, também já atrás de Evans.
O segundo erro aconteceu na primeira especial de domingo, quando perdeu os já referidos mais de nove segundos para o galês. As contas da corrida tinham ficado reabertas na classificativa espectáculo Porto-Foz, a última de sábado, na qual o espanhol reduziu a desvantagem para o líder de 16,4s para 10,7s em apenas 3,3 km. Mas as dúvidas esfumaram-se aqui.

Ogier é terceiro mas mantém liderança no «Mundial»

Muito limitado por ser o primeiro na estrada no primeiro dia, Sébastien Ogier (navegado como sempre por Julien Ingrassia) sabia que, tratando-se de um rali de terra, dificilmente poderia aspirar à vitória. Assim, o terceiro lugar final acaba por ser um prémio provavelmente ainda melhor do que aquele a que, em circunstâncias normais, poderia aspirar. Tal como estão as regras do campeonato desde o ano passado, é altamente improvável que o piloto que abre um rali de terra na etapa inaugural o possa vencer...
E se o pódio foi bom, melhores foram os três pontos conquistados na Power Stage, que lhe permitiram desempatar com Evans e sair de Portugal ainda na liderança isolada que trazia à partida nas contas do Campeonato do Mundo. Sem os pontos da Power Stage, os dois pilotos estariam empatados na tabela.
A quarta classificada foi a dupla Takamoto Katsuta/Daniel Barritt, uma das boas surpresas da prova portuguesa. O piloto nipónico revelou grande consistência e igual rapidez, numa evolução notável para a qual destaca o contributo de Barritt no banco do lado direito. Completou também a excelente campanha da Toyota para as contas do «Mundial» de Construtores, com a marca a classificar três Yaris WRC nas quatro primeiras posições.
Greensmith e Fourmaux animaram último dia
Com tudo decidido na frente desde a PE inaugural de domingo, o único ponto de interesse do dia (para além naturalmente da Power Stage) foi a luta pela quinta posição entre os pilotos da M-Sport Ford. Adrien Fourmaux/Renaud Jamoul chegaram ao último dia na frente, mas Gus Greensmith/Chris Patterson recuperaram-lhes a posição após o antepenúltimo troço do rali, conseguindo mantê-la até final (10,7s separaram os colegas de equipa no final).
Um desfecho justo, porque Greensmith revelou igualmente grandes progressos e até esteve perto de vencer a primeira classificativa da carreira no WRC. Passou para a frente do colega de equipa nos últimos troços do primeiro dia, cimentando a diferença até experimentar problemas no acelerador do Fiesta WRC, que o fizeram perder muito tempo e, pior do que isso, a posição. Recuperá-la-ia, como referido, na derradeira etapa.

Tänak vence Power Stage

Resta referir que a Hyundai conseguiu limitar o dano na Power Stage, para a qual Tänak e Neuville regressaram ao abrigo do Super Rally. O estónio, sem pneus sobressalentes contra um do colega de equipa (23 kg a menos) conseguiu ser 1,6s segundos mais rápido, o que pode ter feito a diferença.
Independentemente disso, Tänak garantiu cinco pontos e o belga, quatro, pelo que limitaram ao máximo possível o dano provocado pelas desventuras dos dias anteriores. Ogier foi terceiro, na frente dos colegas de equipa Rovanperä (quarto, também ao abrigo do Super Rally, depois de desistir na segunda etapa) e Evans, pelo que sai de Portugal dois pontos à frente do colega de equipa galês no «Mundial» de Pilotos (79 contra 77). Neuville (57) é terceiro; Tänak (45), quarto; Rovanperä (41), quinto; e Katsuta (36), sexto.
Elfyn Evans é assim o sexto vencedor diferente nas últimas seis edições do Vodafone Rally de Portugal, depois Jari-Matti Latvala (2015), Kris Meeke (2016), Sébastien Ogier (2017), Thierry Neuville (2018) e Ott Tänak (2019). Recorde-se que, no ano passado, a prova portuguesa do WRC não se disputou, devido à situação pandémica de COVID 19.
O Campeonato do Mundo de Ralis prossegue na Sardenha, quinta ronda de 2021, que se disputa de 3 a 6 de Junho próximos.

Esapekka Lappi vence no WRC2

Quase não teve história a classe WRC2, tal o domínio de Esapekka Lappi, o piloto nórdico que já se havia sagrado campeão da categoria, em 2016, e agora procura voltar na próxima época a uma equipa WRC, depois de já ter guiado para a Toyota (2017 e 2018), a Citroen (2019) e a M-Ford (2020). Sem qualquer sobressalto, Lappi começou a construir o triunfo no início da segunda etapa, já que terminara a primeira empatado com Suninen. O furo de Ostberg (Citroen) em Arganil, com o qual perdeu minuto e meio, arredou-o da discussão da vitória e o russo Gryazin (VW) também se atrasou devido a problemas no turbo do Polo, a que se juntou mais uma penalização.
Mas a superioridade de Lappi acentuou-se quando Suninen furou em Amarante 2, aumentando a diferença entre os dois primeiros. No último dia Gryazin ainda alimentou esperanças de chegar ao pódio, mas Ostberg não lhe deu hipótese.
Classificação final
1º, Esapekka Lappi/Janne Ferm (Skoda Fabia), 3h48m03.4s
2º, Teemu Suninen/Mikko Markkula (Ford Fiesta), + 1m42.8s
3º, Mads Ostberg/Torstein Eriksen (Citroen C3), + 2.24.3
4º, Nikolay Gryazin/Konstatntin Aleksandrov (VW Polo GTI), + 2.58.6
5º, Oliver Solberg/Aaron Johnston (Hyundai i20), + 3.13.5

WRC3 - Segunda vitória de Katejanowicz

Empolgante é o mínimo que se pode dizer do duelo travado entre Kajetan Katejanowicz (Skoda) e Yohan Rossel (Citroen) pelo primeiro lugar na categoria WRC3 no Vodafone Rally de Portugal. Se na primeira etapa os espanhóis Pepe Lopez (Skoda) e Jan Solans (Citroen) deram um ar da sua graça, antes de abandonarem, respectivamente, devido a problemas de suspensão e a uma saída de estrada, depois a discussão do primeiro lugar passou a ser assunto entre o polaco e o francês.
A diferença máxima entre ambos foi de 21.5s, para terminar em apenas 5.6, favorável a Katejanowicz. Ou seja, houve emoção até à última classificativa, com o polaco a fazer a festa pela segunda vez consecutiva, depois de já ter ganho na Croácia. O britânico Chris Ingram (Skoda) conquistou o último lugar do pódio.
Rossel mantém a liderança do campeonato, agora com Kajetanowicz a 14 pontos de diferença.

Armindo Araújo e Luís Ramalho foram a melhor equipa portuguesa no Vodafone Rally de Portugal, onde alinharam ao volante de um Skoda Fabia Rally2 evo. A dupla venceu a prova a contar para o Campeonato Portugal de Ralis, na sexta-feira, e manteve-se sempre na frente entre a comitiva nacional nas etapas de sábado e domingo. Entre os concorrentes nacionais, os pilotos foram os mais rápidos em 16 das 20 classificativas.
Um resultado que deixou o actual Campeão de Portugal de Ralis muito satisfeito: "Cumprimos a cem por cento todos os objectivos que definimos para esta prova. Em primeiro lugar, vencemos o evento do nacional e passámos para a liderança do campeonato. Continuámos na frente durante todo o fim-de-semana e terminámos classificados como a melhor equipa portuguesa. Correu tudo bem e estamos muito satisfeitos por ter trazido o carro até ao final sem problemas", frisou o piloto que deixou elogios à forma como o rali foi erigido: "O ACP está de parabéns pela organização da prova, deu uma excelente imagem de como montar um evento desta dimensão."

Paulo Neto e Vítor Hugo

Com um rali regular, Paulo Neto e Vítor Hugo foram os segundos representantes nacionais, também em Skoda Fabia, seguidos de André Villas Boas e Gonçalo Magalhães, em Citroën C3, e de Hélder Miranda e Hugo Pereira, num Renault Clio RS. Nota para Bruno Magalhães, que rodou como segundo melhor português durante a maior parte do evento, mas desistiu na segunda passagem pelo troço de Felgueiras, com problemas de motor no Hyundai.